Os animais podem ter depressão?

Com a humanização cada vez maior dos pets, já é possível ver alterações comportamentais com frequência, o que pode ser muitas vezes relacionado à ansiedade da separação do tutor de seu animal.

A médica veterinária Mariana Ricci, especialista em Clínica Geral de pequenos animais, explica que os sintomas podem se mostrar de várias formas. “Os mais comuns costumam ser falta de apetite, isolamento, lambedura e coceira excessivas em pontos do corpo como patas e laterais do tronco, além de agressividade.” É importante ressaltar que esses sintomas também podem estar relacionados a outras patologias, portanto a avaliação de um veterinário tanto do animal quanto da rotina dele é algo interessante a ser feito.

No caso dos cães, um dos maiores motivos que leva o animal a ter depressão é a separação de um ente querido, seja por uma viagem longa, morte, mudança na rotina, chegada de um novo membro da família, como um bebê ou um pet, e também o abandono. Já os gatos são mais sensíveis às mudanças de rotina e de ambiente, à chegada de um novo animal e até mesmo à falta de enriquecimento ambiental, já que eles costumam ser muito territorialistas.

“Esteja sempre observando o comportamento do animal em períodos em que exista uma mudança previsível”, diz a veterinária.

Veja as dicas de como lidar com a situação!

– Na chegada de um bebê, é importante deixar o animal entrar em contato com o quarto novo da criança e com as roupas. 

– No caso da chegada de um novo animal, é importante apresentar para o pet que já está na casa aos poucos, deixar os dois em cômodos separados onde possam sentir o cheiro um do outro pela porta nos primeiros dias. É também uma boa opção agradar os dois oferecendo petiscos ao mesmo tempo. Assim, um associa a presença do outro com algo bom.

– É importante promover o enriquecimento ambiental com brincadeiras e desafios como esconder petiscos em cantos da casa, utilizar brinquedos interativos e, no caso dos cães, fazer passeios diários, caso ele goste, por pelo menos 20 minutos.

– Para gatos, além dos brinquedos interativos e dos petiscos pela casa, é importante ter estantes nas paredes para que eles possam ter acesso mais elevado, pois assim se sentem mais confiantes.

Como é feito o diagnóstico da depressão?
Segundo a veterinária, não é algo fácil, uma vez que os pacientes não falam. “É importante observar os sinais que o animal demonstra, as mudanças de comportamento associadas a alterações de rotina ou a algum evento importante que tenha ocorrido.”

Sempre leve o pet para um médico veterinário que entenda também de comportamento animal. Ele poderá descartar possíveis patologias e fazer uma boa anamnese a fim de ter um diagnóstico mais preciso.

Depois da avaliação e do diagnóstico do médico veterinário, existem diversas opções de tratamento, como o enriquecimento ambiental; também é possível utilizar medicações alopáticas, homeopáticas, florais, fitoterápicos e sprays calmantes e de feromônios sintéticos que estimulam o bem-estar do animal no ambiente. A orientação é essencial para avaliar qual ou quais são as melhores opções para o caso do seu animal.