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Síndrome de abandono: saiba como lidar com esse distúrbio e deixar seu pet mais saudável emocionalmente

Muitas pessoas tiveram o privilégio de ficar em casa durante alguns meses devido à pandemia. Se antes o seu pet estava acostumado a passar grande parte do tempo sozinho em casa, hoje, depois que a sua rotina de trabalho voltou ao normal, ele pode sentir falta da sua companhia. No mundo animal chamamos isso de síndrome do abandono, comportamento que pode deixar sequelas muito tristes para o seu bichinho.

A especialista em comportamento canino Ana Carvalho afirma que essa síndrome tem ganhado cada vez mais força agora que os tutores têm voltado à vida normal. “É como se fosse um surto que acontece quando o cachorro percebe que ficará sozinho. Os cães são muito observadores e seguem padrões, então seu pet pode entender que você colocando um sapato, pegando a bolsa ou a chave do carro significa que ele ficará sozinho por um período de tempo, gerando essa ansiedade”, explica.

“O mais importante para lidar com a síndrome do abandono é entender quais são os gatilhos para o seu animal. Geralmente aparece em casos em que há uma relação de codependência, ou seja, quando seu cachorro não brinca sozinho se você está em casa. Tudo o que ele tem de bom provém de você e sua ausência traz desespero para ele. É preciso ensinar e exercitar para que ele faça coisas quando você está em casa, para que ele entenda que está tudo bem ficar sem você e que ele ainda assim consegue se divertir”, reforça.

Por isso, a boa observação por parte do tutor é indispensável nesses casos. O animal pode, muitas vezes, comportar-se de uma maneira que chame a atenção do dono, seja comendo alguns objetos dentro de casa, seja fazendo xixi em lugares que sabe que não pode. “É comum que isso aconteça com cães mais inseguros por estarem sozinhos”, conta.

Além disso, outro comportamento comum nesses animais é uma tendência mais agressiva e até depressiva. “Tem muitos cães que se machucam, ou se lambem muito, numa tentativa de direcionar essa frustração de estar sozinho”, conta. O tratamento nesses casos precisa ser feito em combo, com remédios e uma mudança de comportamento por parte do tutor.

Ainda segundo a especialista em comportamento canino, a idade do animal e o fato de ele ser “filho único” não influenciam no aparecimento do distúrbio. “Você pode ter mais de um cachorro em casa e ele ter uma predisposição a ser inseguro e desenvolver a síndrome com mais facilidade, ou então ele pode apenas reproduzir o comportamento do primeiro”.

Mas como reverter essa situação?

Existem algumas saídas para os tutores que zelam pela saúde emocional e física de seus pets. A primeira delas é a busca por ajuda profissional, para assim identificar em qual nível a síndrome atingiu seu bichinho e qual o melhor tratamento para ele.

Outra opção é a creche para cachorros, lá ele poderá interagir com outros animais, além de participar de atividades recreativas a fim de gastar energia e até aprender novos comportamentos. “O ideal é que ele vá de dois a três dias na semana, será mais proveitoso com intervalos menores de distração”, sugere Ana.

Mas indispensável mesmo é a atenção e o cuidado do tutor em observar o comportamento do seu pet e o porquê de ele estar sentindo tanto a sua falta. “Você pode associar sua partida a alguma coisa boa para ele, como um petisco, ou a hora de ele brincar sozinho. Apresentar os recursos que ele precisa para se virar sem a sua companhia”, finaliza a especialista.

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